Oprah Winfrey está “pensando firmemente” em se candidatar a presidente dos EUA

                                                                                                     
                                                                                                         Reuters
                                 Oprah Winfrey, durante seu discurso no Globo de Ouro 

Informação é de amigos da apresentadora, que fez 
discurso impactante na cerimônia do Globo de Ouro

Algumas horas depois de a apresentadora e atriz Oprah Winfrey falar na cerimônia do Globo de Ouro sobre racismo e assédio sexual e provocar lágrimas e raiva, dois de seus amigos próximos disseram, sob a condição de anonimato, que a jornalista está “pensando firmemente” em se apresentar como candidata à presidenta dos Estados Unidos, segundo informou na tarde desta segunda-feira o canal estadunidense CNN. Seu discurso contra a xenofobia e o machismo foi tão emotivo e aguerrido que alguns, enquanto a cerimônia era realizada, se apressaram a defender Winfrey para a próxima corrida presidencial ao mesmo tempo que nas redes sociais era lançada a campanha #Oprah2020.

As intenções de Oprah Winfrey vieram à luz, sempre segundo dois de seus amigos, depois que subiu ao palco para receber o prêmio honorário Cecil B. DeMille em reconhecimento a toda a sua carreira. De acordo com essas duas pessoas próximas à apresentadora, muitos conhecidos lhe vêm pedindo há meses que se apresente como candidata. 

Winfrey, que nasceu em 1954 em Kosciuko – um município do Estado do Mississippi –, foi na madrugada desta segunda-feira a primeira mulher negra a receber esse reconhecimento concedido pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood. Foi preciso que se passassem 75 anos, e em seu discurso Winfrey não perdeu a oportunidade de começar recordando o momento em que Sidney Poitier se tornou o primeiro ator negro a ganhar um Oscar: “Lembro que sua gravata era branca, sua pele era negra e ele estava sendo festejado. Nunca tinha visto um homem negro ser homenageado assim”, recordou.

Se no ano passado o protagonista do discurso de Meryl Streep foi Donald Trump, este ano Winfrey escolheu um nome desconhecido para a maioria do público, o de Recy Taylor. “No ano 44 era uma jovem dona de casa que voltava da igreja para casa no Alabama quando foi pega e estuprada por seis homens brancos que a deixaram estirada na estrada. Ameaçaram matá-la se contasse sua história. Esses homens não foram perseguidos. Ela morreu há dez dias, justo antes de completar 98 anos”, lembrou emocionada a atriz, para depois denunciar que durante tempo demais “não se acreditou nas mulheres quando se atreviam a elevar a voz contra esses homens”.

“Mas esse tempo acabou. Já basta”, disse Winfrey, que desejou que Taylor “tenha morrido sabendo que sua verdade não seria esquecida”. Em seu discurso a atriz também defendeu que não se olhe para o outro lado diante da “corrupção, da injustiça”, e não se deve dar as costas às vítimas de todos esses segredos e mentiras. “Dizer a verdade é a arma mais poderosa que todos temos. 

Estou muito orgulhosa de todas essas mulheres que se sentem suficientemente fortes e poderosas para contar suas histórias”, afirmou Winfrey, que também lembrou que a mácula dos abusos “não só afeta a indústria do entretenimento”, mas se estende a todas as culturas, países, etnias, religiões e diferentes setores de trabalho. Em outro momento de seu poderoso discurso, Oprah também manifestou solidariedade a “todas as mulheres que aguentaram anos de abusos e assédio porque elas, como todas as mães, estavam sujeitas às contas ao final do mês e a cumprir seus sonhos”.

Além da atriz e apresentadora, Winfrey é produtora e empresária de sucesso. Nas últimas eleições para presidente dos EUA, a célebre jornalista apoiou Hillary Clinton. Depois da vitória de Donald Trump, em uma conversa televisionada do canal norte-americano Bloomberg ela não fechou a porta a se apresentar como candidata à corrida pelo Salão Oval. 

Ao lhe perguntarem se havia pensado alguma vez nessa possibilidade, Winfrey admitiu não ter a experiência e os conhecimentos necessários, mas disse que poderia voltar a pensar nisso: “Sempre pensei que, bem, não tenho a experiência necessária, não conheço o suficiente, agora penso: ‘oh...’”.

(Com Colabora)

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