Portal da TV Globo demite 21 e clima é de pressão

  



A TV Globo promoveu a demissão de 21 jornalistas, na última segunda-feira (10), do portal Gshow, o braço do entretenimento da emissora na internet, incluindo ao menos dois fotógrafos e um designer, além da transferência de mais dois profissionais para outras áreas. É possível que mais demissões aconteçam até o fim do mês.

Segundo o jornal O Dia, jornalistas que trabalhavam dedicados a determinados programas – a maior parte ficava nas produções -, passarão a trabalhar dentro da redação do portal. Em uma reunião que aconteceu também na segunda-feira, os profissionais que sobraram receberam, cada um, um envelope fechado no qual foi indicada uma nova função. 

Houve uma verdadeira dança das cadeiras na redação e, segundo a direção, haverá apenas um profissional alocado em alguns programas. Parte da produção de conteúdo deverá ficar a cargo dos produtores, assistentes de direção e até do elenco.

A novidade já tem gerado discordância entre as equipes. Fotos de cenas tiradas nos sets de gravação pela equipe de produção, por exemplo, não podem ser creditadas, pois de acordo com o departamento jurídico da empresa, isso caracterizaria dupla função.

Há alguns dias, o diretor artístico da novela “Pega Pega”, Luiz Henrique Rios, chegou a proibir sua equipe de produzir qualquer conteúdo para o Gshow enquanto não conseguisse uma reunião com a diretora do portal, Ana Bueno, para que tais demandas fossem devidamente explicadas.

As demissões não seguiram o critério de meritocracia e só atingiram jornalistas produtores de conteúdo. Gerentes e coordenadores permanecem no cargo até o momento, alguns, inclusive, sem função ainda definida. Nos últimos três anos, pelo menos três gerentes e dezenas de jornalistas deixaram o Gshow insatisfeitos com os rumos do portal.

Nos últimos meses, nos Estúdios Globo, centenas de profissionais ligados à produção de programas, séries, seriados e novelas foram desligados da empresa. O Site EGO, foi descontinuado. Os funcionários também foram proibidos de fazer horas extras. 

Por lá, o clima está tenso em todos os departamentos. De “fábrica de sonhos”, apelido dado ao antigo Projac, a central de produções da emissora já está sendo chamada de “fábrica de doenças”. O motivo: a grande pressão, o alto nível de estresse, a sobrecarga de trabalho e as incertezas a que os funcionários estão sendo submetidos tem levado diversos profissionais para os consultórios médico.

Após a publicação da nota, A TV Globo entrou em contato com o jornalista Leo Dias, autor da reportagem, e se posicionou da seguinte maneira: ‘Os Estúdios Globo cumpriram mais uma etapa na modernização de seus processos de produção, com vistas à ampliação da produção de conteúdo para todas as plataformas. 

A produção multiplataforma tem nos exigido modelos de criação, de gestão e de operação cada vez mais ágeis, integrados e preparados para o futuro. E também revisões constantes das nossas formas de atuação, com ajustes, acomodações e novos desafios para as equipes e estruturas de todas as plataformas’.

(Com a ABI)

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