Além de 'Pequeno Segredo', saiba quais filmes representam América Latina no Oscar 2017

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As atrizes Mariana Goulart e Júlia Lemmertz em cena no filme "Pequeno Segredo", de David Schurmann

Entre Pablo Neruda no Chile e crianças guerrilheiras na Colômbia, oito filmes da região já disputam indicação ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
      
Pelo menos oito países da América Latina já anunciaram o título que os representará na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar, o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em 2017. No total, 44 países já inscreveram seus respectivos representantes para o prêmio. O prazo de inscrição se encerra no dia 5 de outubro.

No Brasil, Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, tem sido elogiado pela crítica dentro e fora do país desde sua estreia no Festival de Cannes, na França, em maio. Na ocasião, membros da equipe e do elenco do filme protestaram contra o processo de impeachment contra a então presidente brasileira, Dilma Rousseff, que classificaram como um golpe de Estado.

Por seu sucesso de crítica e pela boa recepção do público brasileiro desde a estreia no país, no início de setembro, Aquarius era considerado por grande parte da imprensa especializada o título a ser indicado pelo Brasil para o prêmio norte-americano.

Entretanto, na última segunda-feira (12/09), o Ministério da Cultura do governo de Michel Temer anunciou que o longa Pequeno Segredo, de David Schurmann, foi o escolhido para representar o Brasil no Oscar 2017. O filme, que ainda não chegou aos cinemas do país, se baseia na história real da família Schurmann, de velejadores, que adota uma criança soropositiva.


No Chile, o selecionado foi Neruda, de Pablo Larraín, estrelado pelo ator mexicano Gael García Bernal. O filme trata de um momento na vida do escritor e político chileno Pablo Neruda e na história do Chile no fim dos anos 1940, quando Neruda foi perseguido pelo governo de Gabriel González Videla, a quem fazia oposição durante seu mandato como senador pelo Partido Comunista.


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                                   Cena de "Neruda", de Pablo Larraín, com Gael García Bernal

Este é o terceiro filme de Larraín a ser indicado pelo Chile ao Oscar. Em 2013, No foi indicado, também com García Bernal, e se tornou o primeiro filme chileno a concorrer ao prêmio. Em 2015, O Clube foi inscrito pelo Chile.


Já a Colômbia escolheu Alias María, de José Luis Rugeles, que conta a história de uma menina guerrilheira de 13 anos em meio ao conflito entre grupos armados e forças do governo colombiano.


Segundo Rugeles, a intenção é que o filme seja uma “ferramenta de reconciliação”, especialmente no atual momento da Colômbia, em que o governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) declararam um cessar-fogo e chegaram a um acordo final de paz após 52 anos de conflito.

El acompañante, de Pavel Giroud, será o concorrente de Cuba ao prêmio Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O filme, que já recebeu prêmios em diversos festivais, se passa nos anos 1980 e conta a história de um boxeador que, ao ser pego no exame antidoping, deve trabalhar como acompanhante de pessoas com HIV. O boxeador é interpretado por Yotuel Romero, cantor do grupo de hip hop cubano Orishas. 


No México o indicado é Desierto, dirigido por Alfonso e Jonás Cuarón, pai e filho. Como o chileno Neruda, o filme é protagonizado por Gael García Bernal, que interpreta Moisés, líder de um grupo de imigrantes mexicanos que tenta atravessar a fronteira do país com os EUA.


“O tema do ódio ao imigrante é oportuno para o momento que vive hoje os EUA”, disse Jonás em referência ao candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, que quer construir um muro na fronteira entre o país e o México para impedir a entrada de imigrantes.

Já o Peru escolheu como representante no Oscar o filme Videofilia y otros síndromes virales, de Juan Daniel F. Molero — primeiro filme peruano a ganhar o Tigre de Ouro do Festival de Roterdã, na Holanda.

O longa trata do relacionamento amoroso entre Luz, uma garota de 16 anos, Junior, um homem de 28, que se comunicam exclusivamente pela internet, sendo que Junior vende vídeos de pornô amador e tem delírios envolvendo teorias da conspiração e apocalipses.


Pela República Dominicana, foi indicado Flor de Azúcar, do diretor Fernando Baez Mella. Inspirado no conto “La noche buena de Encarnación Mendoza”, do escritor dominicano Juan Bosch, o filme se passa em 1948, durante a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo Molina (1930-1961), e conta a história de um camponês que foge para uma ilha de pescadores após assassinar acidentalmente um guarda abusivo.


A Venezuela indicou Desde Allá, de Lorenzo Vigas, como seu representante no Oscar 2017. O longa, que ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, na Itália, em 2015, trata de um dentista homossexual que paga para um jovem se despir para ele em seu apartamento em Caracas.

Ainda faltam 13 países latino-americanos para se inscrever, caso queiram. Entre eles está a Argentina, onde La larga noche de Francisco Sanctis, dirigido por Francisco Márquez e Andrea Testa, e El ciudadano ilustre, de Gastón Duprat e Mariano Cohn, são os favoritos para a indicação nacional, que deve ser revelada até o fim deste mês.

A Academia de Hollywood anunciará no dia 17 de janeiro os nove finalistas entre os inscritos pelos países e, no dia 24, os cinco nomeados da categoria. A cerimônia de entrega do prêmio Oscar 2017 será realizada no dia 26 de fevereiro em Los Angeles, nos EUA.

(Com Opera Mundi)

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