Mais de 50 jornalistas sofreram algum tipo de violência durante protestos

                                                                       

Nelson Antoine, da AP 
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Das 53 ocorrências levantadas pela Abraji, 34 se referem à agressão, hostilidade ou ameaça por parte da polícia. Outros seis casos são de prisão

Desde o início dos protestos contra o aumento do preço das passagens de ônibus, mais de 50 profissionais da imprensa foram agredidos, hostilizados ou presos no Brasil. Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) com informações de sindicatos, redações e da ONG Repórteres Sem Fronteiras indica pelo menos 53 casos de violação contra 52 jornalistas (o repórter Leandro Machado, da Folha de S.Paulo, foi preso num dia e agredido em outro).

Das 53 ocorrências levantadas, 34 se referem à agressão, hostilidade ou ameaça por parte da polícia. Outros seis casos são de prisão (por períodos que variam de poucos minutos até três dias – caso do repórter do portal Aprendiz Pedro Ribeiro Nogueira, indiciado por formação de quadrilha). Outras 12 ocorrências foram protagonizadas por manifestantes, e em um dos casos não foi possível identificar o que causou o ferimento a um profissional.

O levantamento realizado pela Abraji é parcial: há casos que podem não ter sido computados por diversas razões, inclusive quando veículos ou jornalistas preferem não ter suas estatísticas divulgadas.

Foram registrados episódios de agressão em 11 cidades brasileiras. São Paulo foi o local onde houve mais casos – 25, quase a metade do total. Fortaleza vem logo em seguida, com seis casos. O Rio de Janeiro teve cinco. O jornal Folha de S.Paulo foi o veículo com mais vitimas: 7 profissionais, entre repórteres e fotógrafos.

Um fotógrafo da agência de notícias Associated Press ficou ferido durante a reintegração de posse de um terreno na zona leste de São Paulo que acontecia na manhã da última quinta-feira, 27 de junho. Nelson Antoine foi atingido com estilhaços de uma bomba de efeito moral atirada pela Polícia Militar para dispersar os manifestantes que montaram barricadas em entradas do terreno e atearam fogo para dificultar o acesso dos policiais. Antoine foi levado ao Hospital Geral de São Mateus.

A área fica no cruzamento da avenida Baronesa de Muritiba com a rua Particular Um, no Parque São Rafael, região de São Mateus. Os moradores reclamaram que só foram informados da desocupação há três dias.

Após quase 12 horas de tensão, a desocupação do terreno foi concluída, para tristeza e desespero dos moradores. Uma pessoa foi detida e levada ao 55° Distrito Policial.

Foram usadas retroescavadeiras para retirar as barricadas feitas pelas famílias que ocupam o terreno há cerca de cinco anos. Por volta das 16h, sem nenhum aviso e com pessoas passando ao redor, um dos tratores foi ligado e começou uma demolição. Algumas pessoas tiveram que gritar para que o motorista do trator parasse porque haveria crianças dentro de uma casa ao lado daquela que estava com os muros sendo derrubados.

Os donos do terreno disponibilizam caminhões para que as pessoas fizessem a mudança. A prefeitura disponibilizou um depósito público para as pessoas guardarem seus pertences. Alguns dos moradores se dirigiram à sede da subprefeitura de São Mateus para cobrar alguma solução, já que muitos não tinham para onde ir. Eles chegaram lá por volta das 18h, mas às 19h já tinham deixado o local.

A Justiça de São Paulo determinou a reintegração de posse do terreno de cerca de 77 mil metros quadrados. O local pertence a dois empresários. Os moradores disseram que a prefeitura não informou para onde irão as famílias após a desocupação.

O processo já corre na justiça desde o fim do ano passado. Cerca de 500 famílias (duas mil pessoas) ocupam o terreno, mas apenas 100 famílias (400 pessoas), que ocupam parte de dez mil metros quadrados do espaço devem ser reintegradas. Essa mesma área já havia passado por um processo de reintegração de posse há cerca de 15 anos.

FOTÓGRAFO DA AP

Um fotógrafo da agência de notícias Associated Press ficou ferido durante a reintegração de posse de um terreno na zona leste de São Paulo que acontecia na manhã da última quinta-feira, 27 de junho. Nelson Antoine  (foto) foi atingido com estilhaços de uma bomba de efeito moral atirada pela Polícia Militar para dispersar os manifestantes que montaram barricadas em entradas do terreno e atearam fogo para dificultar o acesso dos policiais. Antoine foi levado ao Hospital Geral de São Mateus.

A área fica no cruzamento da avenida Baronesa de Muritiba com a rua Particular Um, no Parque São Rafael, região de São Mateus. Os moradores reclamaram que só foram informados da desocupação há três dias.

Após quase 12 horas de tensão, a desocupação do terreno foi concluída, para tristeza e desespero dos moradores. Uma pessoa foi detida e levada ao 55° Distrito Policial.

Foram usadas retroescavadeiras para retirar as barricadas feitas pelas famílias que ocupam o terreno há cerca de cinco anos. Por volta das 16h, sem nenhum aviso e com pessoas passando ao redor, um dos tratores foi ligado e começou uma demolição. Algumas pessoas tiveram que gritar para que o motorista do trator parasse porque haveria crianças dentro de uma casa ao lado daquela que estava com os muros sendo derrubados.

Os donos do terreno disponibilizam caminhões para que as pessoas fizessem a mudança. A prefeitura disponibilizou um depósito público para as pessoas guardarem seus pertences. Alguns dos moradores se dirigiram à sede da subprefeitura de São Mateus para cobrar alguma solução, já que muitos não tinham para onde ir. Eles chegaram lá por volta das 18h, mas às 19h já tinham deixado o local.

A Justiça de São Paulo determinou a reintegração de posse do terreno de cerca de 77 mil metros quadrados. O local pertence a dois empresários. Os moradores disseram que a prefeitura não informou para onde irão as famílias após a desocupação.

O processo já corre na justiça desde o fim do ano passado. Cerca de 500 famílias (duas mil pessoas) ocupam o terreno, mas apenas 100 famílias (400 pessoas), que ocupam parte de dez mil metros quadrados do espaço devem ser reintegradas. Essa mesma área já havia passado por um processo de reintegração de posse há cerca de 15 anos.

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